Jesus nunca me mandou pra igreja.
No início da história da igreja, havia uma supervalorização da instituição. Um dos considerados pais da igreja, São Cipriano, chegava a dizer que: “Não pode ter Deus por Pai quem não tem a Igreja por mãe”
Séculos depois, tudo mudou. Hoje, para muitos, pouco importa fazer parte de uma igreja. Estamos vivendo a época da “desconexão institucional”.
Dia após dia, mais pessoas saem da igreja sem pressa para regressar e, infelizmente, saem apenas com a passagem de ida, não pretendem retornar, preferem se esquecer do caminho de volta.
Como escrevo em meu livro (Dissidentes da Igreja), as razões para tantos dissidentes são diversas. A verdade é que sempre haverá motivos para manter uma distância segura da igreja. Mas, graças a Deus, as razões para permanecer são maiores e até inegociáveis!
Se fizermos uma avaliação livre de conceitos preestabelecidos vamos concordar que a igreja ainda é um lugar bom de estar, apesar de tudo (e, principalmente, apesar de mim). Como disse o escritor Bruce Shelley, “a Igreja é como a arca de Noé: se não fosse a tempestade lá fora, não seria possível suportar o cheiro dentro dela”.
Assim é a igreja visível na terra, imperfeita, um canteiro de obras da igreja invisível no céu. E vai continuar assim enquanto formos membros dela. Mas, acima de tudo, é também um lugar estabelecido por Deus para unir gente de todos os tipos em uma só fé, para seu louvor e manifestação da sua graça.
Uma vez me perguntaram se a igreja não era uma instituição falida. Eu respondi que não acreditava que um projeto de Deus poderia ter declarado falência. A igreja que estava em Corinto, todos sabem, era uma igreja complicada, cheia de pecado e doentes, mas Paulo, quando escreve para ela, a chama de Igreja de Deus [1Co 1.2]. Apesar das inflamações, sem dúvida era um projeto que pertencia a Deus.
Que possamos nos livrar de toda “generalização” ao afirmar que todas as igrejas são iguais, e aceitar que existem igrejas sérias. Estas podem e muito nos ajudar na caminhada cristã, em direção a pátria além.
0 comentários:
Postar um comentário